quarta-feira, 30 de julho de 2014

O Ônus da Prova cabe a...

A melhor forma de se demonstrar a incoerência das afirmações sobre a existência do deus judaico-cristão, não é atacar a religião ou suas estruturas, mas ir de encontro aos argumentos dados...
 
... Por que é fato que nenhum judeu ou cristão pode provar objetivamente que esse deus existe, lembrando que "experiências espirituais" não servem como prova objetiva. Objetividade requer o mínimo de sensorialidade... Na verdade, a própria existência objetiva de algo pede que esse ser... seja objetivamente sensorial..


... Veja o vento, por exemplo, muito usado pelos cristãos como comparativo. Ainda que não se possa ver o "corpo" do vento, é possível, no mínimo, senti-lo pelo tato e observar sua ação sobre outros objetos. O vento, ao contrário de deus, pode ser objetivamente provado, por que é objetivamente sensorial.


Sendo assim, a única "prova" teista aceitável são os argumentos que podem ser teologicamente construídos. E argumentos são TODOS passíveis de serem falseados. E é aí que, acredito eu, deveria ser encaminhada a discussão sobre a plausibilidade dos argumentos que afirmam a existência de deus.


 

segunda-feira, 21 de julho de 2014

A Moralidade do Dr. Craig

Outro dia estava revendo o vídeo onde o Dr. W. L. Craig usa o chamado argumento moral para defender a existência de deus, e novamente me abismei com a falta de lógica desse argumento.

Em primeiro lugar, para se falar de moralidade objetiva deveríamos considerar a força dessa moralidade por ela mesma.. ou seja.. uma moral só poderia ser considerada objetiva se ela tivesse força de ação por si mesma.. ela deveria funcionar com deus ou sem deus (e é o que normalmente costuma ocorrer, a lista de ateus com atitudes morais é enorme). Mas não é isso o que o argumento moral do dr. Craig defende.

Na verdade, quando o dr. Craig subjuga a moralidade a existência de deus, ele está tirando da moralidade sua força intrínseca, e consequentemente sua objetividade.

Isso significa que, se você cristão, por exemplo, não trai sua esposa, então você não faz isso por princípios morais próprios ou por que ama sua esposa (amor também é moralidade), mas por que o seu deus lhe disse que não faça isso.. isso não é moralidade objetiva, isso é coação.

Além disso, atrelando deus a moralidade, isso desqualifica o teor dessa moralidade.. não importa o conteúdo da moral, desde que seja vindo de deus.. não à toa encontramos na bíblia diversas leis "morais" bizarras, e que não são questionadas.. é essa a moral objetiva que o dr. Craig defende..

Portanto, a existência de deus não objetiva a moralidade, mas a desqualifica e a descaracteriza.